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Ano-novo e Natal sempre: na placa da rua

Conheça as vias paulistanas que trazem em seus nomes homenagens a este período de festas

Por Edison Veiga
Atualização:

SÃO PAULO - Ano-novo tem placa na zona leste paulistana. Mas 1.º de Janeiro é na zona sul. Ali também está a Festejos Natalinos, por onde muita gente passou na segunda-feira, mas não fez festa. Os nomes de ruas de São Paulo merecem citação à parte nesta época do ano.

Chama-se Festejos Natalinos a pequena ruazinha de dois quarteirões no meio da gigantesca Favela de Heliópolis. Foto: Amanda Perobelli/Estadão

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Chama-se Festejos Natalinos a pequena ruazinha de dois quarteirões no meio da gigantesca Favela de Heliópolis. Mas, garantem os moradores: festejo algum, nem sequer no singular, quem dera ainda no plural, ocorre ali. 

A manicure Marleide da Silva, de 36 anos, mora ali há 8 anos. “É um nome estranho. Mas ainda é melhor do que se fosse para homenagear político...”, afirma. A via recebeu este nome em 2007. De acordo com o Dicionário de Ruas, mantido pela Prefeitura, na época ocorria um processo de regularização de glebas da favela e aí a administração municipal recorreu ao Banco de Nomes, da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano.

A história desse banco merece parênteses. Foi o jeito que encontraram para resolver um problema bastante peculiar à São Paulo do início dos anos 1970. Com o crescimento desordenado da cidade, sobretudo da periferia, que vinha de décadas anteriores, quase 20 mil das 45 mil ruas estavam sem nome. Eram denominadas por letras ou números, uma confusão. Em 1975, a Prefeitura criou o Projeto Cadastro de Logradouros, com o objetivo de desenvolver um banco de nomes – com 25 mil verbetes – para ser usado.

Mas, voltando ao assunto, a Festejos Natalinos não é a única via da cidade a homenagear as comemorações desta época. Em Guaianases, no extremo leste da capital, fica a Travessa Ano Novo – outro fruto do genial Banco de Nomes. 

Capital. Chamadas de Natal há duas ruas. A da Mooca, sabe-se, alude na verdade à capital do Rio Grande do Norte. A outra, que fica no Jardim Ângela, ainda está com sua pesquisa em andamento pelos historiadores do Dicionário de Ruas. 

O Banco de Nomes legou outras curiosidades. Na Cidade Ademar, existe a Travessa Anjo de Natal. Que, na verdade, empresta o nome de um filme do ilusionista francês e precursor do cinema Georges Méliès (1861-1938). O francês tem outro filme com nome noélico que virou rua de São Paulo. Na Vila Medeiros fica a Rua Sonho de Natal. 

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Na mesma Cidade Ademar, existe a Travessa Poemas de Natal – de Vinícius de Moraes (1913-1980). E alguém ainda manda cartões de Natal? Pois no Tucuruvi, fica uma travessa com este nome. 

Por fim, São Paulo não tem nenhuma rua chamada Papai Noel – só que há um bairro na zona sul. E, no Capão Redondo, existe a Rua Jesus Cristo.

Janeiro. Em tempo, São Paulo tem 13 ruas com “dezembro” no nome, mas nenhuma é 25 de Dezembro. Nove são “janeiro” e na Vila Clementino, zona sul, fica a 1.º de Janeiro.

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