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Anhembi pode abrigar arena multiuso para 20 mil pessoas

Para Haddad, espaço próximo à concentração do Sambódromo está subutilizado; sob concessão local terá eventos esportivos e musicais

Por Felipe Resk
Atualização:

Atualizado às 17h35

Sugestão de projeto arquitetônico da futura Arena Anhembi Foto: SPTuris/Divulgação

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SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo pretende fechar acordo com investidores para construir uma arena multiuso com capacidade para no mínimo 20 mil pessoas dentro das dependências do Parque Anhembi, que já conta com o Sambódromo e com um centro de convenções, na zona norte da capital paulista. A iniciativa faz parte do projeto da gestão Fernando Haddad (PT) que promete transformar as margens do Rio Tietê em um "cartão postal definitivo" da cidade.

A intenção da Prefeitura é transformar uma área de aproximadamente 21,5 mil m², próximo à concentração do Sambódromo, em um estádio de padrões internacionais, coberto e com ar-condicionado. Uma das exigências é que ele seja planejado para receber eventos esportivos, mas também realizações culturais e de entretenimento. Na prática, a nova arena poderia se tornar uma quadra de tênis ou um teatro, dependendo do evento. "Por incrível que pareça, faltam espaços para demanda cultural e esportiva", afirmou o prefeito Fernando Haddad.

Publicado nesta terça-feira, 27, no Diário Oficial, o chamamento público convoca empresas interessadas a apresentarem propostas de soluções arquitetônicas e de engenharia, além de modelos de negócios e de exploração. O espaço em que o empreendimento deve ser construído fica na esquina da Marginal do Tietê com a Rua Professor Milton Rodrigues, onde hoje funcionam prédios administrativos da São Paulo Turismo (SPTuris).

"São prédios muito antigos, que até exigiriam uma reforma que não é conveniente fazer nesse momento. O ideal é dar outra destinação porque a área é muito nobre para prédios administrativos", disse Haddad. "A nossa avaliação é que a área está sendo subutilizada. As margens do Rio Tietê serão o cartão postal definitivo, é lá que a cidade vai se reestruturar."

O espaço ficaria na esquina da Marginal do Tietê com a Rua Professor Milton Rodrigues, onde hoje há prédios administrativos da SPTuris Foto: SPTuris/Divulgação

Para Haddad, a construção da nova arena dialogo com outros investimentos públicos previstos, entre eles melhorias no Ceagesp, Água Branca e Clube de Regatas Tietê, com objetivo de revitalizar a região. "Tudo isso vai compondo um cenário novo, para preparar o investimento privado que deve se seguir depois da aprovação da Lei de Uso e Ocupação do Solo - que deve ir para a Câmara até março", disse. "Ocupar as margens de maneira sustentável: essa é a pauta que São Paulo tem para o seu futuro."

Segundo a Prefeitura, a ideia de construir a arena no Parque Anhembi partiu da empresa Time For Fun, que apresentou um projeto por meio de uma Manifestação de Interesse Privado (MIP). Orçada em R$ 140 milhões, a proposta foi bem aceita pela administração Haddad. "A partir da apresentação da MIP, você tem de abrir para outros investidores que, por ventura, apresentem uma proposta melhor", afirmou o prefeito.

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De acordo com as regras do chamamento, a nova arena deve ser construída com investimento completamente privado, sem previsão de contrapartidas da Prefeitura. Aos investidores, caberia o direito de exploração comercial direta ou indireta, com bares, lojas e restaurantes, além de publicidade e da comercialização de naming right - em que deve obrigatoriamente constar o termo "Anhembi". Por sua vez, a administração municipal faria uma concessão do direto de uso do terreno.

No entanto, nem o modelo do contrato nem o prazo para devolução da área para o município foram definidos. "É uma concessão, ninguém está vendendo o ativo", disse Haddad. A expectativa da Prefeitura é que o novo equipamento receba mais de cem eventos por ano e, consequentemente, possa atrair cerca 1 milhão de turistas para a cidade de São Paulo.

As empresas terão até 15 dias para oficializar interesse na construção da arena. Uma vez credenciado, o concorrente terá mais 90 dias para apresentar os estudos preliminares do projeto. A concorrência só deve ser oficializada após a Prefeitura analisar as propostas e ainda não há um prazo definido para o lançamento do edital.

O contrato vai ser firmado por meio de concessão, em que a Prefeitura cede o direito de uso do terreno para a construção da arena Foto: Hélvio Romero/Estadão

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