SÃO PAULO - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltou a defender a transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira e disse que uma solução alternativa ao polêmico projeto para aumentar o abastecimento da Grande São Paulo seria a construção de um novo reservatório que teria um custo social, ecônomico e ambiental.
"Qual seria a outra solução? Fazer mais um reservatório. Quanto custa isso? Custo social? Quantas famílias vão ser desapropriadas? O custo ambiental? Custo econômico. Então, o mundo inteiro interliga reservatórios para você poder guardar (água)", disse o governador paulista nesta quarta-feira, 2.
A proposta é transpor água da represa Jaguari, em Igaratá, para a represa Atibainha, em Nazaré Paulista, um dos reservatórios do Sistema Cantareira. A medida foi rechaçada pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), porque o Jaguari é um dos afluentes do Rio Paraíba do Sul, responsável pelo abastecimento de 80% da região metropolitana fluminense.
"Ninguem vai tirar água do Rio Paraíba. E não intefere no Rio de Janeiro. Porque como o Rio Paraíba é federal, quem regula a quantidade de água é a ANA. E ele (Rio de Janeiro) tem vazão mínima de água garantida lá em Barra do Piraí para o abastecimento da metrópole", disse Alckmin.
Briga. Após uma troca pública de farpas com Cabral, o tucano disse nesta quarta que é preciso "deixar de lado as paixões políticas" e "ter muito espírito de estudo" para avaliar a proposta. "É importante esclarecer que o Governo de São Paulo não pretende tirar nenhuma água do Rio Paraíba", disse. Alckmin.
"Também não tem nada a ver com o Rio de Janeiro, porque o Rio de Janeiro tem vazão mínima garantida pela ANA (Agência Nacional de Águas). Ninguém pode mudar isso", completou o tucano. "Tenho certeza que a ANA, que é o órgão regulador, sabe que a nossa proposta técnica é correta e necessária. E não interfere em retirada do Paraíba".