PUBLICIDADE

Alckmin culpa calor por gasto com água

Após ‘Estado’ revelar alta do consumo em janeiro, governador espera economizar no Palácio dos Bandeirantes, sem afetar servidores

Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabio Leite e Fabiana Cambricoli
Atualização:

SÃO PAULO - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) culpou "um dos verões mais quentes das últimas décadas" pelo aumento de 22% do consumo de água do Palácio dos Bandeirantes em janeiro, quando estourou a crise hídrica em São Paulo. Ele disse que espera reduzir o gasto nos próximos meses, desde que não afete os servidores que trabalham na sede do governo, no bairro do Morumbi, zona sul da capital.

PUBLICIDADE

Alckmin disse que o governo já faz sua parte há 13 anos e que no período reduziu o consumo de água em 60,3%. "Não é um trabalho feito agora, é um trabalho que nós começamos em 2001. Hoje, o consumo (de água) é de 32 litros por funcionário/dia, abaixo do que o decreto prevê (50 litros). Mas é claro, o máximo que se puder reduzir sem prejudicar a qualidade de vida dos funcionários será feito", afirmou o governador.

Nesta terça-feira, o Estado revelou que o palácio consumiu 1,98 milhão de litros em janeiro, 160 mil litros a mais do que em dezembro e 515 mil litros, ou 35%, a mais do que no mesmo mês no ano passado. Segundo o governo, esses dois meses tiveram consumo abaixo da média e, por isso, impactaram na alta deste ano, que foi o mais quente desde 1943, quando teve início a medição da série histórica.

A última fatura de água do palácio mostra que o consumo caiu 9,3% em fevereiro, mês em começou o plano de bônus da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que dá desconto de 30% para quem economizar 20% de água. O cálculo é feito com base no consumo médio entre fevereiro de 2013 e janeiro deste ano. Por esta conta, o palácio reduziu o consumo em 1,4%.

À época, porém, o plano só valia para os clientes da Sabesp abastecidos pelo Sistema Cantareira, que atravessa a pior crise de seca de sua história. Desde o início deste mês, ele foi ampliado por Alckmin para cerca de 17 milhões que são abastecidos pelos seis mananciais da Grande São Paulo, entre os quais o Guarapiranga, que fornece água para a região onde fica o Palácio dos Bandeirantes.

Para a coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, o governo paulista deveria ter dado exemplo à população reduzindo o consumo dentro da meta definida pela Sabesp. "Pela lógica, os órgãos públicos deveriam dar o exemplo. Se já faz uso sustentável da água, parabéns. Mas, nesse período de crise, deveria ter tido uma economia além do que já faz", disse.

Prefeitura. A gestão Fernando Haddad (PT) conseguiu reduzir o consumo de água do edifício Matarazzo em fevereiro, mas também abaixo da meta de bônus da Sabesp. Segundo a Prefeitura, o consumo caiu de 839 mil litros na média para 729 mil litros no primeiro mês do bônus, ou seja, redução de 13%. O prédio, onde fica o gabinete do prefeito, na região central, é abastecido pelo Cantareira.

Publicidade

Em nota, a Prefeitura informou que "está ciente das recomendações feitas aos consumidores" e afirma que "o consumo de água da administração municipal é maior do que o do prédio da sede". A gestão afirma que "tem a intenção de ajudar dentro de suas possibilidades a gerenciar a situação e, para isso, aguarda o recebimento de informações e diretrizes específicas sobre eventual plano de contingência".

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.