MP teme nova paralisação de policiais no Estado; Prisco vê 'censura e ditadura'
Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:
SÃO PAULO - Marco Prisco diz estar vivendo em uma ditadura. Isso porque, segundo sustenta, é vítima de censura e de uma restrição ilegal de liberdade. Desde dezembro do ano passado, enquanto os policiais militares da Bahia organizavam assembleias para reivindicar melhorias salariais, ele recebeu a ordem da Justiça de se afastar das discussões sindicais, além de não poder sair de casa à noite e aos fins de semana. O Ministério Público Federal acredita que ele planejava, nos moldes do que ocorreu em 2012 e 2014, uma nova greve.
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Ele fora desligado da corporação em 2001, por envolvimento em movimento grevista, teve uma sentença favorável de reintegração, mas ainda não voltou aos quadros da PM baiana. A decisão mais recente da Justiça deixou o ex-soldado “entristecido”. “A decisão não tem cabimento algum, não cometi crime. As discussões estavam sendo feitas dentro da legalidade. Avisamos a todos que devíamos avisar sobre a abertura da mesa de negociação”, disse ao Estado, por telefone do seu apartamento na Avenida Paralela, a de maior circulação em Salvador.
A decisão o proíbe ainda deixar a cidade e o impede, assim, de visitar os filhos de 9 e 14 anos que ele diz morar no interior. Ele já havia sido preso pela Polícia Federal em 2014, levado para o Presídio da Papuda, em Brasília, de onde saiu para retomar as atividades legislativas na Câmara Municipal soteropolitana. Em 2014, foi eleito deputado estadual pelo PSDB com 108 mil votos, o terceiro mais votado.
“Fizeram um dossiê e pintaram Prisco como se fosse um cara de alta periculosidade, com uma mente que deveria ser estudada. Eram acusações levianas que levaram a essa restrição de direitos”, disse o advogado do parlamentar, Fábio Brito.