Atualizada às 22h10
SÃO PAULO - A Agência Reguladora de Saneamento e Energia (Arsesp) aprovou os novos descontos na conta de água para incentivar a redução de gasto na Grande São Paulo, cidades no entorno de Campinas e municípios na região de Bragança Paulista, áreas abastecidas pelos Sistemas Cantareira e Alto Tietê. O cálculo nas medições, que pode dar bônus de 10% e 20%, será feito a partir do dia 1.º de novembro.
A autorização da Arsesp que libera a medida foi publicada nesta quinta-feira, 23, no Diário Oficial do Estado. O chamado bônus escalonado vai oferecer dois tipos de desconto e vale apenas para cidades atendidas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e que já tinham direito ao desconto de 30%, criado em fevereiro deste ano. As contas com o abatimento começaram a ser emitidas em março.
Quem reduzir o consumo entre 15% e 20% em relação à média registrada entre fevereiro de 2013 e janeiro deste ano terá um desconto de 20% na conta de água. O bônus de 10% será dado para quem economizar entre 10% e 15% em relação ao mesmo período.
A proposta do novo tipo de desconto foi feita pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) há uma semana.
A Sabesp já havia aprovado o novo incentivo na terça-feira, durante uma reunião do conselho administrativo da companhia, que classificou como “crítica” a situação hídrica atual. Alckmin havia feito a proposta cinco dias antes de os conselheiros se reunirem.
A empresa enviou uma nota a investidores para justificar a mudança no programa de desconto, dizendo que ela é necessária por causa do “agravamento da baixa disponibilidade de água e a consequente necessidade de ajustar a demanda à oferta para favorecer a recomposição dos reservatórios em menor espaço de tempo”.
Nesta quinta, o Sistema Cantareira está com apenas 3% de sua capacidade, enquanto os reservatórios do Alto Tietê registravam 8,2%.
Balanço. O novo programa da Sabesp, autorizado pela Arsesp, tem como objetivo atender os 26% de consumidores que conseguiram economizar água em setembro, mas não chegaram ao valor suficiente para obter o desconto de 30% na conta.
Os dados fazem parte de um balanço de setembro, apresentados pela companhia no início do mês na Câmara Municipal, durante uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a crise hídrica na capital. Ao mesmo tempo, a gestão Alckmin pretende convencer o restante da população que gastou mais água em setembro (25%) a também economizar o recurso.
Ainda segundo o relatório apresentado pela Sabesp, antes de o bônus de 30% ser implementado em São Paulo, o consumo médio de água por pessoa na região metropolitana era 178 litros de água por dia.
Após o bônus, a companhia registrou redução no gasto de água. O relatório mostra que o consumo diário por habitante caiu para 110 litros de água, mesma média apontada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como ideal. O número, porém, ainda não é o suficiente para amenizar a atual crise hídrica na região.