Advogados se contradizem sobre caso Bruno e Macarrão

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Por ALINE RESKALLA
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ESPECIAL PARA O ESTADO BELO HORIZONTEO goleiro Bruno admitiu ontem a advogados de defesa que escreveu a carta na qual diz a Luiz Henrique Romão, o Macarrão, para "usar o plano B". Mas teria sido "mal interpretado" - o plano B seria encerrar a relação de amizade entre os dois e não pedir a Macarrão que assumisse a autoria da morte de Eliza Samudio. O advogado Francisco Sinim disse ao Estado que Bruno negou ter relação amoroso com Macarrão, como chegou a dizer o outro advogado do atleta, Rui Pimenta, "Pimenta se baseou na tatuagem que Macarrão tem. Bruno deixou claro que a carta queria pôr fim à amizade dos dois", afirmou Sinim. A tatuagem diz: "Bruno e Maka. A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro".Mas ontem, em entrevista a uma rede de televisão, Pimenta voltou a afirmar que Bruno e Macarrão tiveram relacionamento amoroso. Disse ainda que Eliza Samudio participava de orgia com os dois. O Estado tentou contato com Pimenta, que não atendeu.Na carta publicada pela revista Veja, Bruno diz ao amigo que, após conversar muito com os advogados, eles chegaram à conclusão de que "a melhor forma para resolvermos isso é usando o plano B". Segundo a Veja, o plano A seria negar o crime. No plano B, Macarrão assumiria a culpa para livrar o goleiro da cadeia.Sem registro. Em nota divulgada ontem, a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas informou que "nos registros de correspondências enviadas e recebidas por detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Nova Contagem, não consta carta escrita pelo preso Bruno Fernandes de Souza ao preso Luiz Henrique Ferreira Romão, publicada pela Veja".A nota diz ainda que "em oitiva nesta segunda-feira (ontem), o próprio Bruno disse ter entregue a carta a outro detento da unidade, para que ela chegasse até Luiz Henrique Ferreira Romão (o Macarrão)". Dessa forma, "a correspondência não passou pelos procedimentos formais". A Secretaria diz que vai continuar apurando como a carta saiu da unidade prisional.O goleiro Bruno, o primo dele Sérgio Rosa Sales e o amigo Macarrão foram pronunciados por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver e aguardam a data do julgamento. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é acusado de ter executado Eliza - para a polícia, mesmo sem o corpo ter aparecido, não há dúvidas de que a modelo foi assassinada. Os advogados de defesa já mudaram de versão várias vezes. Primeiro, negaram que Eliza estivesse morta. Depois, admitiram que isso era fato. Recentemente, ganhou força na defesa a estratégia de culpar Macarrão pelo crime, que o teria sido cometido "por amor". Anteontem, o próprio Rui Pimenta disse que "esse era um caso claro de amor".Em junho, o goleiro recebeu da Justiça de Contagem direito à liberdade condicional referente ao processo em que foi condenado, no Rio, por sequestro e agressão de Eliza. Mas não foi solto por causa do mandado de prisão em vigor relativo ao inquérito da morte da modelo. A situação de Bruno se complicou após o Ministério Público Federal enviar, também em junho, parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual afirma que o atleta é perigoso e pode influenciar os outros suspeitos do crime.

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