A maturidade aos dez anos de vida

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Por Análise: Luiz Américo Camargo
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Talvez os brasileiros não tenham ainda a exata noção, mas Alex Atala virou mesmo um dos cozinheiros mais conhecidos do mundo, alguém admirado por astros da gastronomia como Ferran Adrià e René Redzepi. Como explicar essa trajetória? Um aspecto é compreender que, no D.O.M., ele conseguiu construir uma perspectiva de cozinha brasileira que valoriza a identidade nacional, mas dentro de um contexto internacional. Sua opção em trabalhar com ingredientes amazônicos foi mais do que uma escolha gastronômica: foi uma forma de se diferenciar no competitivo panorama mundial. Gênio do marketing? Não se trata disso. É verdade que Atala é um hábil comunicador e que o fato de participar dos principais congressos de gastronomia do mundo ajuda na difusão de seu trabalho - o que também conta pontos em prêmios como os da Restaurant, onde quem vota são chefs e especialistas de vários países. Mas não há estratégia de construção de imagem que pare de pé sem consistência. Aos dez anos de vida, o restaurante de Atala amadureceu. As ousadias do cardápio estão mais sob controle, e o restaurante, com a recente reforma, ganhou um ar mais austero. O D.O.M., em resumo, vive sua melhor fase.É EDITOR EXECUTIVO E CRÍTICO DO PALADAR

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