A história de Pirituba em sete tópicos

A paisagem rural aos poucos foi dominada por fábricas e loteamentos residenciais

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Por Redação
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Quando a estação de trem de Pirituba foi instalada em um pedaço de zona rural, em 1885, a história do povoado começou a tomar corpo. Durante muito tempo, a paisagem consistia basicamente de cafezais, pastos e matas. Com o progresso do café, viriam as indústrias e os novos moradores, entre eles muitos imigrantes japoneses, espanhóis, ingleses, russos, holandeses e húngaros. Nova transformação urbana ocorreria nos anos 1970, com loteamentos mais chiques ou mais populares.

1. Mina de ouro no Pico do Jaraguá

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Nem mesmo um sinalzinho desse povoado existia no século XVI, provavelmente, quando no Pico do Jaraguá os exploradores descobriram a primeira mina de ouro do Brasil (antes mesmo de Minas Gerais).

2.Área rural

No início do século XIX, porém, a área em que se desenvolveu o distrito e o bairro de Pirituba já era ocupada pela Fazenda Anastácio, onde havia plantações de café e de chá. Moravam na região cerca de 250 pessoas. Mais adiante, essa mesma fazenda seria comprada pelo brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e sua mulher, Domitila de Castro – a Marquesa de Santos. Eles provavelmente mudaram o nome para Fazenda Tobias.

3.A estação de trem

A influência dos fazendeiros fez com que, em 1885, fosse inaugurada a estação de Pirituba da São Paulo Railway, pela qual eram transportados imigrantes e carregamentos de café. Ela existe até hoje (linha 7, rubi, da CPTM) e marcou a origem da vila, que parou de crescer em sua decadência.

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4.Terras fatiadas

No começo do século XX, as terras da Fazenda Anastácio foram divididas. A Cia. Armour do Brasil ficou com o pedaço da plantação de chá e café. Depois ela as venderia para a investidora Novo Mundo, que daria origem aos bairros de São Domingos até hoje confundidos com os de Pirituba. O desenvolvimento de Pirituba propriamente dito surgiria pelas mãos da Cia. City de Desenvolvimento, que ficou com a área destinada à criação de gado e a loteou, atraindo moradores e fábricas para a região.

Vista parcial da Avenida Mutinga, no bairro de Pirituba, em 1969 Foto: LEMYR MARTINS/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

5.Fábricas

A partir de 1898, instalaram-se no povoado a Fábrica de Colla Paulista, a Cia. Armour do Brasil, a Fiat-Lux, o Lanifício Pirituba, a Cia. Anglo Brasileira de Indústria de Borracha, a Gessy-Lever e a Refinações de Milho Brasil (da marca Maizena). Boa parte dos moradores têm suas histórias de vida até hoje diretamente ligadas à industrialização do bairro.

6.Pirituba era da Freguesia do Ó

Como distrito, Pirituba existe desde 1935, quando já contava com mais de 5 000 residentes. Antes, fazia parte da Freguesia do Ó.

7.Anos 1960 e 1970 (e hoje)

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Até os anos 1960, boa parte do distrito de Pirituba ainda carecia de serviços públicos básicos, como água e luz. Os moradores se mobilizaram e chegaram a tentar uma emancipação, acabaram recuando, mas a prefeitura passou a dedicar mais atenção à região. Já na década de 70, ao mesmo tempo em que a Cia. City começa a lotear empreendimentos de alto padrão, tem início um período de crescimento desordenado em que o planejamento urbanístico do distrito e do bairro se perdem. Surgem vários pontos mais empobrecidos, loteamentos populares e favelas que atualmente contrastam com as partes baixas em que famílias de classe média ocupam imóveis de alto padrão, como os das City Pinheirinho e Recanto Anastácio.

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