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70% das turnês internacionais já passam por SP

Há 5 anos, porcentual era de apenas 30%; só neste ano, serão 257 grandes eventos musicais, como o show da Madonna nesta semana

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Por Adriana Ferraz , Edison Veiga e Nataly Costa
Atualização:

Nos últimos cinco anos, as casas paulistanas de shows entraram de vez para o calendário internacional. Em 2007, apenas 30% das grandes turnês incluíam São Paulo no roteiro. Hoje, 70% das produções agendam a passagem de turnês pela cidade. É por isso que pop stars são cada vez mais comuns no cenário cultural paulistano - Madonna será a próxima, na terça-feira.

São Paulo fechará este ano com 257 grandes shows ou festivais de música. O cardápio está dividido entre oito palcos - incluindo Jockey Club, Anhembi e Credicard Hall - e tem artistas de grife mundial.

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A lista é longa e eclética: vai de Bob Dylan, Foo Fighters, Kiss e Linkin Park a Jennifer Lopez, Demi Lovato e Andrea Bocelli (com apresentação agendada para este mês).

Liquidação

O boom paulistano ocorre em meio às discussões se o mercado brasileiro chegou ao seu limite de expansão. Ontem, o C2+Música mostrou que o encalhe de ingressos e o cancelamento de shows e até de festivais colocou o setor em alerta. Para os observadores da cena paulistana, porém, são "dores de crescimento".

Com tantos eventos, um efeito colateral é entendido como natural por profissionais que atuam no setor: dificilmente todos os ingressos são vendidos. E, quando o espaço é grande, muitas vezes é preciso liquidar convites para não somar prejuízos. Boa parte dos espectadores, porém, tem uma outra explicação - os altos preços cobrados.

No mês passado, quem comprava uma entrada para o show de Lady Gaga levava outra de graça. Ontem, ainda havia ingressos de sobra para os shows de Madonna na capital.

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Os "vazios" no público ficaram mais claros nas arenas para públicos maiores. "O Morumbi (que receberá a popstar) é para megashows", afirma o vice-presidente social do São Paulo Futebol Clube, Roberto Natel. O estádio tem capacidade para até 80 mil pessoas.

Essa capacidade é que precisa ser analisada: na atual turnê, Madonna fez 89 shows em 28 países - 18 em cidades onde nunca esteve antes - e seu maior público foi de 72 mil pessoas, em Quebec, no Canadá.

"No ano passado (quando um dos destaques do Morumbi foi a apresentação da banda U2), dois shows renderam a mesma receita de um Campeonato Paulista inteiro", diz Natel. O valor arrecadado com eventos musicais, no entanto, pode variar. Em 2011, o estádio recebeu dez shows. Neste ano, serão apenas cinco. E, em 2013, o local deve ficar com as portas fechadas para a reforma, prevista para durar mais de um ano e meio.

Já para representantes da maior empresa de entretenimento da América Latina, a T4F, São Paulo virou polo de cultura e diversão. "Hoje, é o principal destino do Brasil para turnês internacionais e outros grandes eventos", comenta a superintendente Miriam Chaves.

"As boas condições econômicas do País nos últimos anos, em conjunto com a crise na Europa, têm deixado nossos palcos muito atraentes financeiramente para astros da música internacional", analisa Toni Sando, presidente executivo do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), entidade que promove o turismo na capital paulista.

Lotação

Empresas e clubes que possuem espaços utilizados para esses eventos também surfam no bom momento. Casas tradicionais, como o HSBC Brasil e o Villa Country, lotam o ano todo com artistas nacionais.

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