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Histórias e curiosidades do jeito de viver nos condomínios de SP

Prédios de Viver

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Por Angélica Arbex
Atualização:

 

Habitat 67 - Montreal Foto: Estadão

 

Tá! Você já conhece o modelo. Cidades cada vez mais densas, poucos terrenos e muita gente querendo viver no mesmo lugar... Mais e mais condomínios. Aquele bloco de concreto, murado com grades, câmeras, digitais, regras. Conversas amenas (outras nem tanto) no elevador e talvez na academia ou no parquinho. Cada vez mais eu acho que esse modelo da vida urbana pode e deve ser reinventado.

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Para quem se interessar pelo tema, recomendo esse TED do urbanista Moshe Safdie: como reinventar o prédio residencial. Ele é um arquiteto israelense que projetou já em 1967 o  um condomínio mais humano: o Habitat. Um condomínio em Montreal, Canadá que, já na época tinha pontos de integração com a natureza, com a luz do sol, foco na  convivência entre as pessoas e na integração entre o público e o privado. Menos muros, mais pontes. Um modelo de arquitetura que busca tornar a cidade menos árida mesmo que extremamente densa.

Em 10 anos 90% da população brasileira viverá nas cidades e o cada vez mais os  lançamentos imobiliários denominam-se como "oásis" em meio ao caos do lado de fora. Definitivamente não é um modelo que se sustenta e se perpetua aqui tudo de bom, da porta pra fora caos, nós e eles. Como é que a gente pode construir prédios pra viver, pra conviver? Será que dá pra transformar bairros super verticalizados atuais em ambientes com espírito de vizinhança, onde as pessoas se conheçam mais, se ajudem, descubram afinidades e oportunidades? Os prédios de viver!

Os encontros promovidos de maneira orgânica não são promissores. Reunião de condomínio, isso aquela mesmo... Briga por causa da criança, do barulho, do cachorro. Disputa pra usar a churrasqueira na final do Brasileirão, guerra pela melhor vaga de garagem, interesses particulares num ambiente que é na essência criado pra ser coletivo. A vida vertical de hoje não é um coletivo, é o resultado de muitos ideais individuais difusos. A arquitetura não ajuda, os modelos de gestão também não.

É possível promover encontros alegres, saudáveis, construtivos. Morar em um prédio, pertencer a uma região que integra o seu prédio, o comércio, prédios em volta, casas, restaurantes pode dizer muito sobre você. Permitir conexões que dissolvem muros e que mudem o jeito como a gente vive na cidade são iniciativas que  ajudam a atualizar o modelo de comunidade para o nosso tempo. Tomar conta da sua rua sem distinções tão rígidas entre o público e o privado, da praça, do seu prédio, do vizinho são atitudes que remodelam a cidade. São Paulo já tem movimentos incríveis assim. E são eles, quando forem viralizando vão transformar a forma de viver nas grandes cidades.

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