PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

O blog voltado ao cidadão e ao consumidor

Você sabe encarar a sua dívida? Veja pesquisa do SPC sobre o assunto

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:
41% dos consumidores admitiram ter pelo menos uma conta em atraso. Foto ilustrativa:Freeimages Foto: Estadão

Pesquisa do SPC Brasil traça perfil do consumidor e mostra como se encara a inadimplência no País; veja dados

PUBLICIDADE

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou como os consumidores brasileiros estão encarando as suas dívidas, como foram parar nessa situação e como tentam quitá-las. A entidade destacou inicialmente que 73% deles sequer sabem o que significa estar endividados. Entre os inadimplentes, metade esteve com o "nome sujo" pela primeira vez em 2014.

Foram ouvidos 662 consumidores acima de 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais nas 27 capitais do País. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais com margem de confiança de 95%. A pesquisa apontou que 28% dos entrevistados disseram estar endividados no momento, tendo o porcentual aumentado para 33% entre os pertencentes às classes C, D e E.

Mas, afinal, o que é estar endividado? A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explicou que uma pessoa considerada endividada é aquela que tem parcelas a vencer de compras que foram divididas ou de empréstimos feitos. "Quando estas parcelas ficam pendentes por conta de atraso, a pessoa passa de endividada para inadimplente, esteja o nome registrado em serviços de devedores em atraso ou não", explicou Kawauti em nota do SPC à imprensa.

Para mais da metade dos consumidores (52%), estar endividado significa ter contas atrasadas. Há também os que acreditam que é ter o nome registrado em entidades de proteção ao crédito (21%).

Publicidade

Atrasos. Durante 2014, 41% dos entrevistados admitiram ter atrasado ao menos uma conta - este percentual aumenta para 50% entre os pertencentes às classes C, D e E. Entre aqueles que conseguiram quitar a dívida, 75% afirmam ter feito em até um mês - esse número passa para 82% no caso do cheque especial e 58% no caso de empréstimos. A pesquisa também detectou um aumento médio de 69% entre o valor inicial da dívida e o valor final dela - depois de dois anos, após a cobrança de multas e juros pelos credores.

Perguntados se conseguem reservar uma parte do dinheiro no final do mês, 36% dos consumidores ouvidos disseram não ter sobras financeiras e 15% alegaram ter ficado no vermelho, com gastos maiores do que os ganhos. "O principal motivo para 32% dos consumidores ficarem nessa situação foi o descontrole nas compras e a perda da noção dos gastos", disse Kawauti no informativo.

Sujo. Entre os entrevistados que ficaram negativados em 2014, mais da metade (54%) já conseguiu limpar o nome, e 53% já tinham estado com o nome sujo anteriormente. A principal medida adotada para sair dessa situação foi a tentativa de negociar com as empresas para quais os consumidores estão devendo.

Segundo o educador financeiro do SPC, José Vignoli, passar pela experiência de ter o nome sujo, muitas vezes, pode transformar os hábitos de consumo e o modo como o consumidor lida com suas finanças. 18% dos consumidores preferem não contar a ninguém que estão negativadas, por motivos de constrangimento. "Essa vergonha em ter o nome em algum serviço de proteção ao crédito faz com que os endividados busquem mudar a forma como lidam com seus gastos e dívidas", explicou Vignoli.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.