Por Edison Veiga
O maestro paulistano Livio Tragtenberg, 48 anos, é o personagem da seção Paulistânia que o Estado publica hoje. Autodidata, ele começou a se interessar por música aos 13 anos. Desde 1983, faz trilhas para cinema - começou com curta-metragens, depois partiu para os longas.
Livio está à frente de diversos projetos bacanas. O Neuropolis, criado em 2004, reúne 14 músicos de rua de São Paulo. O projeto se expandiu e ganhou réplicas em Miami, Berlim e Rio de Janeiro. Em breve chegará a Bruxelas. "A diferença entre elas é total", conta. "Em São Paulo foi onde consegui a maior mistura de estilos musicais: aqui você tem o boliviano ao lado do japonês, do maranhense, do pernambucano... Coisa de metrópole."
No YouTube há um vídeo que mostra um pouco a história dessa inusitada orquestra:
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Quando recebeu o Estado, na última terça-feira, Livio também falou sobre sua relação com a cidade. "Meu 'esporte' preferido é andar erraticamente por São Paulo. Adoro o centro, até o que ele tem de decadente", diz. "É um local muito rico em termos humanos."
Ele se mostrou, entretanto, decepcionado com os "rumos que as coisas estão tomando". "Aqui é o 'jeca set', não é o 'jet set'. Porque o paulistano é jeca, eu mesmo me assumo como um deles", critica. "É o jeca urbano, uma mania de querer se sentir em Paris, em Nova York... Aqui há uma realidade muito interessante e própria, não precisamos querer ficar imitando."