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São Simão tem cuidador de corujas em igreja

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Por José Tomazela
Atualização:

Incumbido de dar cordas no relógio da igreja matriz de São Simão, o voluntário Darcy Pereira, de 57 anos, acabou assumindo uma função inusitada. Ele se tornou o cuidador das corujas que se aninham no alto da torre para reprodução.

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Há pelo menos vinte anos, o local abriga ninhadas de corujas da espécie Tyto furcata, também conhecida como coruja-das-torres ou coruja-de-igreja. Pereira dá cordas e acerta o relógio desde 1984 e não permite que outra pessoa adentre o local. A coruja fêmea faz o ninho, deposita os ovos e só abandona o posto depois que os filhotes aprendem a voar.

O nicho na torre foi desocupado em meados do ano passado e voltou a receber um ninho com ovos há poucos dias. Pereira acha que a coruja deste ano é a mesma do ano passado. É que a ave parecer tê-lo reconhecido e não manifestou receio na presença do cuidador.

Ele diz que sempre respeitou o espaço das corujas e isso contribuiu para estabelecer uma relação de confiança entre a ave e o homem. Ele também salvou um filhote que saiu do ninho e caiu num buraco, depois vedado. Pereira também cuida para que gatos ou outro predador não tenha acesso à torre.

O cuidador acredita que as corujinhas irão nascer no início de junho. Ele pesquisou sobre a vida dessas aves e sabe que elas se reproduzem uma vez por ano e costumam voltar ao local onde tiveram uma reprodução bem sucedida.

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À noite, a mãe coruja sai à caça e geralmente consegue um camundongo para alimentar os filhotes. Quando a 'família' deixa o local, o cuidador retira restos de carcaça e limpa o nicho para esperar a chegada de outra 'inquilina'.

 

 

Coruja com nova ninhada - Foto Darcy Pereira Foto: Estadão

 

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