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Piracicaba lembrará os 50 anos da tragédia do Comurba

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Por José Tomazela
Atualização:

Na tarde de 6 de novembro de 1964, um prédio de 15 andares construído no formato de um "s", considerado na época uma das mais arrojadas obras de engenharia do interior, veio abaixo e cobriu de poeira a região central de Piracicaba. A queda do Edifício Luiz de Queiroz, mais conhecido como Comurba, sigla da empreendedora Companhia de Melhoramentos Urbanos, deixou 54 mortos e mais de uma dezena de feridos.

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Com 40 metros de altura e área total de 22 mil metros quadrados, o prédio não desabou todo de uma vez. O resto do edifício foi demolido quase dez anos depois. A queda do Comurba acabou sendo um marco e até hoje é apontado como o primeiro grande acidente da engenharia nacional. O desenvolvimento vertical de Piracicaba ficou paralisado durante uma década. Cinco projetos de prédios que já haviam sido contratados tiveram a construção suspensa.

Os 50 anos da tragédia serão lembrados em um memorial que está sendo projetado pelo Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba (IPPLAP). Pesquisadores já se debruçaram sobre os jornais da época e, além de um repertório de notícias e repercussões, reuniram um acervo ainda pequeno de fotografias. De acordo com o arquiteto Marcelo Cachioni, do Departamento de Patrimônio Histórico do Instituto, na época a tragédia teve proporções comparáveis às do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), com grande repercussão internacional.

O Instituto planeja editar uma publicação com fotos, plantas, documentos, perícias, relatórios oficiais e relatos sobre a tragédia que abalou Piracicaba. A memória das vítimas do desabamento também será recuperada. O resgate incluirá o Cine Plaza, destruído pelos escombros do prédio. O local em que ficava o Comurba, na praça central da cidade, até hoje é um espaço vazio entre os edifícios do centro, ocupado apenas por uma concha acústica.

 

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O edifício Comurba antes da queda Foto: Estadão
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