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Madrugadas & Memórias

Campanha do Balde de Água arrecada pouco, mas divulga doença

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Por Geraldo Nunes
Atualização:

De tanto os ouvintes da madrugada me indagarem a respeito da campanha dos baldes de água com gelo, que invadiu as páginas do facebook, sai em busca de mais informaçõesa todos que se interessaram no tema.

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Iniciada nos Estados Unidos, a campanha Ice Bucket Challenge (desafio do balde de gelo), feita para angariar recursos para o tratamento da esclerose lateral amiotrófica (ELA), ganhou por lá as redes sociais, após famosos - incluindo Bill Gates e Mark Zuckerberg - aceitarem o desafio de tomar um banho de água e gelo além de doar recursos para a campanha.

No Brasil a mobilização obteve o apoio de artistas, como Ana Maria Braga, por exemplo, que se submeteu em seu programa de TV a receber um balde de água com pedras de gelo junto. O Instituto Paulo Gontijo (IPG), a Associação Pró-Cura da ELA e a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (Abrela) são as principais entidades engajadas na iniciativa.Até agora, contudo, o apoio dos famosos e os inúmeros vídeos, curtidas e compartilhamentos nas redes não resultaram em tantas doações.

Segundo a diretora do IPG, Silvia Tortorella, até agora o instituto recebeu cerca de R$ 20 mil, recurso que deve ser destinado a projetos da entidade, como o manual interativo para pacientes e a disponibilização de computadores. Mas as doações continuam e os números finais devem ser maiores, porém não chegando perto dos U$ 30 milhões já arrecadados este ano nos Estados Unidos, onde a população costuma contribuir com organizações sociais.

Os banhos de água fria estão levando milhares de pessoas a compreenderem um mal menos conhecido do grande público do que outras patologias, como o Parkinson e o Alzheimer, que também neurodegenerativas. O portador da esclerose lateral amiotrófica sofre com a degeneração do sistema motor, que pode causar rapidamente a paralisação total de atividades como andar, falar e até respirar. Segundo o Ministério da Saúde a incidência da ELA na população é de 0,6 a 2,6 pessoas a cada 100 mil habitantes.A idade é um dos fatores mais comuns para a ocorrência da doença que atinge, sobretudo, pessoas com idade entre 55 e 75 anos. A norma adverte que o processo degenerativo é muito rápido e se acredita que 80% dos neurônios motores já tenham sido perdidos quando aparece o primeiro sintoma.  Por isso, a sobrevida média dos pacientes com ELA varia entre três e cinco anos embora exceções existam, como o caso do cientista Stephen Hawking, que convive há mais de 50 anos com a doença.

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Até agora, não há expectativa sobre a descoberta de cura para a ELA e países como os Estados Unidos, Inglaterra, Bélgica e França têm desenvolvido importantes pesquisas sobre o tema. No Brasil, o Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco, da USP trabalha com esclerose lateral amiotrófica por meio de algumas linhas de pesquisa.

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