Foto do(a) blog

Paulistices, cultura geral e outras curiosidades

USP promove debate sobre Parque Augusta

Evento vai reunir acadêmicos, autoridades e ativistas

PUBLICIDADE

Por Edison Veiga
Atualização:

 Foto: Divulgação

Nesta quinta (28), a partir das 17h30, ocorre na Universidade de São Paulo (USP) o evento "Parque Augusta em debate". Com entrada aberta aos interessados, a mesa-redonda será no auditório Ariosto Mila, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Rua do Lago, 876, Cidade Universitária). Idealizado e organizado pelo arquiteto Arnaldo de Melo, doutor em História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo pela USP, o debate é apoiado por dois professores da instituição - Alexandre Delijaicov e Raquel Rolnik.

PUBLICIDADE

"O debate procurará problematizar o conflito que se estabeleceu na cidade de São Paulo envolvendo o destino de um terreno de 24.752 metros quadrados situado na confluência das ruas Augusta, Caio Prado e Marquês de Paranaguá, no qual existe um bosque centenário tombado pelo patrimônio histórico municipal, o Conpresp, ligado a Secretaria Municipal da Cultura", informa o texto de divulgação do evento. "Os atuais proprietários da área pretendem construir 3 prédios em parte do terreno; contra esta proposição, movimentos, que há décadas defendem a criação de um parque no local, ganharam força nos últimos anos defendendo a manutenção da integridade da área como parque público e livre de construções", prossegue o texto.

"O debate deverá abordar as questões de natureza urbanística, ambiental, históricas, políticas e jurídicas envolvidas neste conflito. Para isto, estão convidados para participar da mesa os arquitetos professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Alexandre Delijaicov, Raquel Rolnik e Nabil Bonduki (atual Secretário Municipal da Cultura) e o arquiteto historiador Benedito Lima de Toledo. O debate contará também com a participação da professora da FAU-Mackenzie Nádia Somekh (atual presidente do Conpresp), o arqueólogo Paulo Zanettini, o advogado do Movimento Parque Augusta Iberê Bandeira de Mello, e dois integrantes do movimento ativista Organismo Parque Augusta, o arquiteto Augusto Aneas e a jornalista e permacultora Henny Freitas", informa ainda a organização.

Confira um pouco mais sobre os participantes:

Alexandre Delijaicov, arquiteto efetivo da Prefeitura de São Paulo, professor do Departamento de Projeto da FAU USP. Coordenador do grupo de pesquisa em projeto de arquitetura de infraestruturas urbanas fluviais - Grupo Metrópole Fluvial, e coordenador do grupo de pesquisa em projeto de arquitetura de Equipamentos Públicos, do Laboratório de Projeto da FAU USP. Mestrado na FAU USP com a dissertação Tietê, os rios e o desenho da cidade e doutorado na mesma faculdade com a tese São Paulo, metrópole fluvial. Autor do conceito dos projetos Praças de Equipamentos Sociais e Centros Educacionais Unificados- CEUs no Departamento de Edificações - EDIF, da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras da Prefeitura de São Paulo. Atua nas linhas de pesquisa em projeto de arquitetura de infraestruturas urbanas, equipamentos públicos e habitação social, com ênfase nos temas cultura de projeto, arquitetura pública e cidade.

Publicidade

Augusto Aneas, arquiteto, formado pela FAU USP, ativista integrante do movimento Organismo Parque Augusta - OPA. Em 2006 estudou Sustentabilidade Urbana na Universidade de Auckland (Nova Zelândia). Na prefeitura de Auckland trabalhou no projeto A Mission in the City. Recebeu o Segundo Prêmio na 8ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo com o projeto Ecos na Paisagem, em parceria com a Rede Verde SP e Menção Honrosa de Urbanismo do Prêmio IAB - Instituto de Arquitetos do Brasil - com o projeto Cine Bixiga. Participou do Concurso Público Nacional de Novas Tipologias do CDHU com o projeto Casas Escalonadas e do Concurso Morar Carioca: urbanização das favelas do Rio de Janeiro com o projeto de metodologia Por um Rio. Desde 2009 trabalha com projetos de arquitetura e de urbanismo com foco em novas formas democráticas e sustentáveis de morar e viver nas cidades. Desenvolve projetos de habitação contemporânea com foco no reaproveitamento de materiais e aplicação de técnicas de baixo custo e de consumo de energia. Desde 2013 participa e interage como arquiteto-urbanista-ativista em coletivos e movimentos sociais, dentre eles o Organismo Parque Augusta, a Rede Novos Parques SP, o Hub Livre Praça Roosevelt, a Rede Social Bela Vista e o Bixiga Insurgente.

Benedito Lima de Toledo, arquiteto e historiador, formado pela FAU USP onde é Professor Titular Livre-Docente. Tem experiência na área de História, com ênfase em história e preservação da arquitetura. Trabalha em peritagem e consultoria a instituições e órgãos governamentais, na área da arquitetura e em projetos de preservação, restauração e reconversão de bens culturais. É detentor de prêmios e distinções, além do voto de reconhecimento e gratidão, aprovado em 1987 por unanimidade pelos membros do CONDEPHAAT, pelos relevantes serviços prestados em prol da causa da preservação do patrimônio histórico e ambiental do Estado de São Paulo. Em 1987, recebeu a Medalha comemorativa Rodrigo Melo Franco de Andrade (50 anos do SPHAN), por trabalhos atuantes na defesa de nossa memória e cultura; em 1989, o Prêmio CLIO de História da Arquitetura Urbana pelo livro "Álbum iconográfico da Avenida Paulista" - Academia Paulista de História/ SP; em 1997 foi agraciado com o Colar do Centenário, concedido pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, pela obra Prestes Maia e as origens do urbanismo moderno em São Paulo. É autor de vários livros e artigos publicados em periódicos, destacando-se São Paulo: três cidades em um século; Álbum iconográfico da Avenida Paulista e Anhangabaú. Em 2013 recebeu o 1º Lugar do Prêmio Jabuti, na categoria Arquitetura e Urbanismo com o livro Esplendor do Barroco Luso-Brasileiro. É o Acadêmico da cadeira 39 da Academia Paulista de Letras.

Henny Freitas, jornalista, educadora ambiental e permacultora. Mestre em empreendedorismo pela University of Buckingham. Integrante na criação do projeto Earth Code (Código Terra), responsável por conferências e oficinas realizadas nas áreas da permacultura, reciclARTE e do consumo consciente, difundindo o conceito "zero lixo" (da compra ao descarte). Documentou cerca de 180 comunidades étnicas, alternativas e convencionais na Austrália e em países latino-americanos como Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, especialmente na Amazônia. Baseada nessa documentação produziu a dissertação É viável uma Cidade Sustentável?

Iberê Bandeira de Melo, advogado, formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e pós-graduado em Direito Penal Econômico pela Fundação Getúlio Vargas. Ex-conselheiro da OAB/SP e Presidente da Comissão de Direitos Humanos da mesma entidade. Fundador e Diretor da Associação "Mais Um" de inclusão de pessoas portadoras de deficiência. Advogado militante há mais de 20 anos com diversos artigos publicados.

Nabil Bonduki é arquiteto e urbanista, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU USP , onde também concluiu mestrado e doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas pela Universidade de São Paulo. Na FAU USP é Professor Titular Livre Docente. Atua na área de Habitação, Planejamento Urbano e Regional, História Urbana e Meio Ambiente, principalmente nos seguintes temas: política habitacional, política urbana, movimentos sociais, condições de moradia, urbanismo, história urbana e meio ambiente. Tem 13 livros publicados, entre os quais Origens da Habitação Social no Brasil e centenas de artigos publicados em livros, periódicos e veículos de comunicação social. Foi Superintendente de Habitação Popular do município de São Paulo (1989-92), tendo coordenado o Programa de Habitação de Interesse Social do município e vereador do município de São Paulo (2001-4), quando coordenou a elaboração do substitutivo do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo e os Planos Regionais das 31 subprefeituras do município e novamente vereador na Câmara Municipal de São Paulo (2012-2015), tendo elaborado o substitutivo do Plano Diretor da cidade aprovado em 2014. Prestou consultoria para inúmeros municípios na elaboração de planos diretores e de habitação, como Franca, Ipatinga, Taboão da Serra, Nova Iguaçu, São Paulo, Salvador, além do Distrito Federal. Atuou na coordenação da consultoria para a elaboração do Plano Nacional de Habitação. Foi Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (2011-2). Atualmente é Secretário municipal da Cultura.

Publicidade

Nadia Somekh é arquiteta e urbanista, doutora, mestre e graduada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU USP, é professora hemérita da Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM, onde foi diretora, coordenadora da pós-graduação e chefe do Departamento de Planejamento e Urbanismo, e atualmente é responsável pela disciplina Produção e Planejamento do Espaço Urbano no curso de pós-graduação. Trabalhou na Coordenação Geral de Planejamento (Cogep) e na Secretaria Municipal de Planejamento de São Paulo (Sempla). Participou, em 1991, da equipe de coordenação do Plano Diretor de São Paulo. Foi coordenadora na superintendência de planejamento da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano - CDHU, do Estado de São Paulo. Foi secretária de Planejamento e Meio Ambiente de São José dos Campos, assessora regional do Grande ABC e presidente da Empresa Municipal de Urbanização - EMURB. É presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - Conpresp. Autora de vários artigos sobre a questão urbana, organiza seminários nacionais e internacionais vinculados ao tema.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Paulo Zannettini, licenciado em História pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - FEUSP e Bacharel em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP- FFLCH. Mestre e Doutor em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo - MAEUSP. É responsável técnico científico da empresa Zanettini Arqueologia. Desenvolve vistorias, perícias e programas voltados à mitigação, resgate e valorização do patrimônio cultural, histórico e arqueológico, Estudos de Impacto Ambiental (EIAs-Rima), RAPs, Avaliações Arqueológicas Rápidas (ARP) cadastramento e resgate de patrimônio cultural (avaliações e resgate arqueológico), gestão territorial e de patrimônio cultural; planos de manejo de sítios históricos e arqueológicos, projetos para revitalização de bens tombados, conjuntos arquitetônicos e áreas de interesse histórico-cultural junto às instituições públicas e privadas; programas de educação patrimonial e difusão científica, exposições e publicações didáticas. Foi chefe do Setor de Arqueologia Histórica do Departamento do Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo - DPH da Secretaria Municipal da Cultura Prefeitura do Município de São Paulo - SMC. É membro da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), da Society for Historical Archaeology (SHA), International Association for Impact Assessment (IAIA), do World Archaeological Congress (WAC) e signatário do Herity Brasil.

Raquel Rolnik, graduada e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela FAU USP, doutorado na Graduate School Of Arts And Science (History Department) da New York University. Desde 1979 é professora universitária no campo da arquitetura e urbanismo, atualmente professora Livre-Docente da FAU USP. Foi coordenadora de Urbanismo do Instituto Pólis (1997-2002) e Secretária Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades (2003-2007), consultora de cidades brasileiras e latinoamericanas em política urbana e habitacional. Por dois mandatos consecutivos foi Relatora Internacional do Direito à Moradia Adequada do Conselho de Direitos Humanos da ONU (2008-2011 e 2012-2014). É autora de inúmeros artigos sobre a questão urbana. É autora dos livros A Cidade e a Lei, O que é Cidade e Folha Explica: São Paulo. Escreve quinzenalmente, às quartas-feiras, no Yahoo! Colunistas, e às segundas, no caderno Cotidiano da Folha de S. Paulo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.