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Fechado há três anos, Museu do Ipiranga ainda não começou obras de recuperação

Empresa só será contratada neste mês para iniciar diagnóstico de problemas estruturais; diretoria ainda espera reabrir edifício antes de 2022

Por Edison Veiga
Atualização:

 Foto: Nilton Fukuda/ Estadão

Fechado em agosto de 2013 por causa de problemas estruturais, o edifício-monumento do Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, continua sem cronograma nem orçamento para obras de recuperação. Ainda neste mês, entretanto, deve ser assinado contrato com a empresa que venceu o processo de concorrência para produzir laudo técnico sobre o estado do prédio - no valor de R$ 1,5 milhão, com prazo de dez meses.

Desde agosto de 2013, quando o museu foi fechado, os esforços foram mais emergenciais: escoramento das salas críticas e transferência do pesado acervo que sobrecarregava muito o prédio construído entre 1890 e 1895 - ao custo mensal de R$ 172 mil, o museu locou, no ano passado, sete imóveis na região do Ipiranga para abrigar os cerca de 150 mil itens do acervo.

 Foto: Gabriela Biló/ Estadão

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De lá para cá, um primeiro laudo chegou a ser produzido, destacando, entretanto, as patologias somente da fachada. "Já temos claro que a Universidade de São Paulo (responsável pelo museu) não pode arcar com o custo integral do restauro e da modernização", afirma a historiadora Solange Ferraz de Lima, diretora da instituição - ela assumiu o cargo em junho. "Necessitaremos de apoio e captação de recursos junto à iniciativa privada." > Leia mais: entrevista completa com a historiadora Solange Ferraz de Lima. Desde o ano passado, o Grupo Mulheres do Brasil, associação sem fins lucrativos, está empenhado em ajudar a prospectar patrocínios. O trabalho deve acentuar-se a partir de 2017, após o laudo de problemas estruturais. Enquanto isso, a direção segue mirando na simbólica data de 2022 - bicentenário da Independência do Brasil - como limite para reabrir as portas do edifício. Solange frisa, entretanto, que a instituição Museu Paulista "não está fechada". "Mas é compreensível que nossas atividades se confundam com o espaço que é a nossa sede", afirma.

Atividades acadêmicas e educativas passaram a ocorrer, desde o ano passado, em uma nova sede, na Avenida Nazaré, no mesmo bairro. Em caso de necessidade - e sob agendamento -, pesquisadores têm sido recebidos no edifício interditado. E a rica biblioteca, de 70 mil volumes, também está reaberta, atualmente apenas sob agendamento (pelo telefone (11) 2065-8012). Concomitantemente, cada vez mais peças do acervo da instituição vem sendo emprestadas para mostras em outros museus e espaços culturais.

7 de Setembro. Por causa da Semana da Pátria, desde domingo uma exposição-painel está aberta nos tapumes que cercam o edifício. Quem passar por ali até o dia 11 poderá conferir mais detalhes sobre a história da prédio, a criação do museu e os problemas que levaram ao fechamento do local.

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Uma programação especial está prevista para hoje, por causa do feriado do 7 de Setembro. Às 11 horas, um grupo de pintores será recebido no interior do edifício-monumento. Sob coordenação do artista plástico Bruno Moreschi, eles devem observar o famoso quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo (1843-1905), e propor releituras de sua obra - a atividade integra programação do Sesc Ipiranga e os resultados devem fazer parte de programação ao longo deste semestre.

 Foto: Gabriela Biló/ Estadão

Às 18 horas, em telão montado na esplanada do edifício, será exibido o filme Resgates, documentário independente dirigido por Denise Szabo e produzido por Felipe Ferreira e Elsa Villon. Passando pelos bairros de Ipiranga, Sacomã e Heliópolis, o filme mostra as transformações urbanas de São Paulo nas últimas seis décadas. Após a exibição, haverá bate-papo com a equipe responsável pela produção da obra.

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