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Paulistices, cultura geral e outras curiosidades

Os 23 patrimônios culturais de São Paulo, segundo o Iphan

Lista acabou de ganhar a presença do Sesc Pompeia, tombado pelo órgão nacional na tarde da última quinta

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Por Edison Veiga
Atualização:

1. Coleções arqueológicas, etnográficas, artísticas e históricas do Museu Paulista da Universidade de São Paulo

2. Igreja de São Miguel Paulista

 Foto: Hélvio Romero/ Estadão

3. Mosteiro e Igreja da Imaculada Conceição da Luz e respectivo quintal

4. Casa do Tatuapé

5. Edifício da Casa Grande do Sítio dos Morrinhos ou Chácara de São Bento

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6. Casa do Sítio Mirim

7. Coleção de arte que constitui o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp)

 Foto: Divulgação

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8. Coleção de Arte Sacra da Cúria Metropolitana de São Paulo

9. Imagem de Nossa Senhora das Dores com características marcantes da obra de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho / Imagem de São José, do Século XVIII, de 0,35m de altura, de autoria de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho

10. Imagem de barro cozido, representando Nossa Senhora da Purificação, com 0,48m de altura, datada de 1641, procedente do Estado da Bahia, atribuída a Frei Agostinho de Jesus (séc. 17)

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11. Museu de Arte Contemporânea: acervo

 Foto: Erica Dezonne/ Estadão

12. Estação da Luz

 Foto: Sergio Castro/ Estadão

13. Casa modernista de Warchavchik na Rua Santa Cruz, 325, constituído pela casa, o jardim e o bosque que o circundam

14. Casa de Warchavchik na Rua Bahia, 1126

15. Casa de Warchavchik na Rua Itápolis, 961, Pacaembu

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16. Igreja da Ordem Terceira do Carmo, restrita às frontaria, nave, capela-mor, sacristia, biblioteca, sala de reuniões, obra de talha, imaginária e pinturas aí localizadas, especialmente a obra pictórica do Padre Jesuíno do Monte Carmelo

17. Coleção Mário de Andrade do IEB / USP

18. Conjunto do Ipiranga: Museu Paulista, Monumento à Independência, Casa do Grito e Parque da Independência

 Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

19. Teatro Municipal de São Paulo

 Foto: Edison Veiga/ Estadão

20. Edificação e Acervo Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP)

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21. Acervo Histórico da Discoteca Oneyda Alvarenga, no Centro Cultural São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura

22. Teatro Oficina, Rua Jaceguai nº 520 antigo 70 e anteriormente nº 64

23. Conjunto arquitetônico do Sesc Pompeia

 Foto: Divulgação

O conjunto arquitetônico do Sesc Pompeia, na zona oeste de São Paulo, tornou-se patrimônio cultural do Brasil. O tombamento foi aprovado em reunião ocorrida na tarde de quinta, 5, na sede Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

É a segunda obra de Lina na lista do Iphan

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Com isso, a capital paulista passa a ter 23 bens protegidos pelo Iphan. O Sesc Pompeia é a segunda obra da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992) a figurar no rol do patrimônio nacional - antes, o conjunto arquitetônico do Museu de Arte de São Paulo, o Masp, já estava protegido. De acordo com o arquiteto Renato Anelli, diretor do Instituto Lina Bo e P. M. Bardi e professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP de São Carlos, a próxima edificação de Lina que deve ser tombada é a Casa de Vidro, residência da família Bardi e hoje sede do instituto que leva o nome do casal.

Na justificativa do Iphan, o Sesc Pompeia merece ser integrado à lista de bens tombados por "ser considerado um marco da arquitetura brasileira e por seus valores técnicos e estéticos, em especial pelas intervenções em sua estrutura, desenvolvidas por Lina Bo Bardi". Em nota, a instituição também afirma que o "complexo da Pompeia se tornou uma referência arquitetônica nacional e internacional e um dos mais importantes centros de convivência e de cultura da cidade de São Paulo".

Anelli confirma. "Atualmente, trata-se da obra de Lina mais reconhecida internacionalmente, ao lado do Masp", conta ele. "O Sesc Pompeia marca um período de redemocratização, em que o acolhimento público estava sendo muito valorizado."

História. A arquiteta foi chamada para projetar um centro de lazer a partir de um prédio antes ocupado pelos galpões da antiga fábrica de tambores Pompeia. Como o espaço já vinha sendo utilizado pela comunidade, isto acabou norteando o processo de intervenção. "Lina optou por não demolir o pré-existente, mas qualificá-lo", analisa Anelli. "Com sua obra, há uma mudança de significado do espaço, que de trabalho passa a ser de lazer."

Local era fábrica de tambores

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A obra foi dividida em duas etapas: a primeira foi o centro de lazer nos antigos galpões, iniciada em 1977 e concluída em 1986; a segunda foram os blocos esportivos, inaugurados no mesmo ano. "Lina chegou a montar um escritório dentro da obra, nesse período", conta o Anelli.

As antigas estruturas industriais foram mantidas. A arquiteta inseriu novos volumes de forma harmônica com o entorno, preservando a memória operária e criando um espaço aberto à população. "É interessante como ela conseguiu suavizar os elementos", ressalta.

A própria Lina comentou sobre o Sesc Pompeia, depois de concluída a obra. "Assim numa cidade entulhada e ofendida, pode, de repente, surgir uma lasca de luz, um sopro de vento. E aí está, hoje, a Fábrica da Pompeia, com seus milhares de frequentadores. As filas da choperia, o 'Solarium-Índio' do deck, o Bloco Esportivo, a alegria da fábrica destelhada que continua", afirmou ela.

O arquiteto Marcelo Ferraz, que foi colaborador de Lina, esteve presente à reunião do tombamento. "É muito importante o olhar do Iphan para o patrimônio brasileiro, olhando também para os usos do espaço. Este (o Sesc Pompeia) é um patrimônio onde o uso faz toda a diferença", disse. "O patrimônio tem de andar junto com a vida. Por isso, a discussão do tombamento, respeitando os usos, é um indício de que a história desse lugar será respeitada."

Desde 2009, o Sesc Pompeia era tombado pelo Conpresp, o órgão municipal de proteção ao patrimônio.

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