Atualizada às 18h29
COM BRUNO RIBEIRO, PEDRO VENCESLAU e VALMAR HUPSEL FILHO
O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, de 43 anos, aceitou o convite do prefeito Fernando Haddad (PT) para assumir a Secretaria Municipal de Relações Governamentais. Os dois têm uma reunião marcada para a manhã desta quinta-feira, 22. Com o aval de Luiz Inácio Lula da Silva, Padilha ocupará o lugar de Paulo Frateschi, de 64 anos, também indicado ao cargo pelo grupo político do ex-presidente.
Padilha havia recebido o convite do secretário de Governo, Chico Macena, que também ofereceu a possibilidade de o ex-ministro assumir a Saúde ou a Coordenação das Subprefeituras. Padilha também tem sido pressionado pelo próprio partido a aceitar o convite. Antes reticente em compor o governo, o ex-ministro já fala agora em "ajudar Haddad nas mudanças que ele vem fazendo."
Padilha ainda está "magoado", segundo assessores próximos, com a falta de empenho da gestão Haddad em sua campanha ao governo estadual. E, por isso, não havia decidido se aceitaria o convite. Ele já havia adiantado que não aceitaria "de forma alguma" a Secretaria Municipal de Saúde, ocupada pelo seu amigo e aliado José di Filippi Júnior.
Interlocutores do PT estão fazendo "as tratativas finais entre o partido e o prefeito" para Padilha ir ao governo. A ideia dos petistas é mantê-lo em evidência, para que ele se mantenha como opção para 2018 - seja no Senado ou no governo.
Padilha vai exercer no governo municipal função semelhante à que ocupou no segundo mandato do governo Lula, como ministro de Relações Institucionais. O ex-ministro terá a tarefa de melhorar a conflituosa relação entre Haddad e sua base governista na Câmara Municipal.
Procurado no início da tarde, Padilha informou que não tinha convite oficial do próprio prefeito. "Mas estou à disposição para ajudar o prefeito Haddad nas mudanças que ele vem fazendo em São Paulo", informou a assessoria do ex-ministro. Como secretário, Padilha vai receber R$ 19,2 mil mensais.
Na semana passada, ele havia declarado que não aceitaria ocupar funções na gestão Haddad e que se dedicaria às atividades do partido. Mas quem tem feito o trabalho de convencer Padilha a entrar para a Prefeitura é o ex-presidente Lula.
Lula tem citado ao ex-ministro as possibilidades de "fazer política" na pasta de Relações Governamentais, onde será o responsável por intermediar a relação do prefeito com os 55 vereadores. Caberá também a Padilha executar as obras previstas com emendas de parlamentares - cada vereador tem direito a indicar R$ 3 milhões em obras por ano em seus redutos eleitorais.
Para executar essas obras, Padilha terá contato direto com movimentos sociais de bairros da periferia, o que poderá lhe render "estofo político", segundo interlocutores de Lula que têm tentado convencer Padilha a aceitar o convite.
Hoje também o ex-senador Eduardo Suplicy (PT) foi oficializado como novo secretário de Direitos Humanos, no lugar de Rogério Sotilli.
AS NOVAS CARAS DA GESTÃO HADDAD
Gabriel Chalita - Educação Indicado pelo PMDB, foi nomeado para a pasta mais importante da Prefeitura
Eduardo Suplicy - Direitos Humanos Recebeu convite para dar "grife" a uma pasta ainda de pouca projeção dentro do governo
Robson Barreirinhas - Negócios Jurídicos Sai da Procuradoria-Geral do Município e assume a pasta por indicação de seu antecessor, Luís Carlos Massonetto, amigo pessoal do prefeito
Marco Aurélio Cunha - Turismo O vereador do PSD, ligado ao São Paulo Futebol Clube, foi convidado pelo próprio prefeito. Assume no lugar de Wilson Poit
Nabil Bonduki - Cultura O arquiteto e urbanista do PT, com mandato de vereador, assume no lugar do também petista Juca Ferreira, nomeado ministro da Cultura
Alexandre Padilha - Relações Institucionais Candidato derrotado ao governo estadual, o ex-ministro da Saúde será acomodado na pasta responsável por intermediar as relações políticas do prefeito