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Histórias de São Paulo

Ciclovias: São Paulo está no rumo certo

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Por Pablo Pereira
Atualização:

São Paulo está passando por uma mudança importante no trânsito. Para melhor. As faixas para as bicicletas estão alterando o panorama urbano paulistano, colocando a cidade no caminho de um convívio mais amigável no trânsito. A Avenida Paulista, que acaba de ganhar uma faixa para bicicletas no canteiro central, é mais um exemplo dessa saudável mudança, que já existe em avenidas como Faria Lima e em ruas de bairros - Vila Mariana e outros.

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Até pouco tempo, rodar de bicicleta na cidade era bem arriscado. Um perigo! Dezenas de ciclistas perderam a vida pedalando entre carros e motos, num trânsito carregado e estressado. Na própria Paulista, perto da Rua Pamplona, uma bike branca à beira da rua virou ponto de lamento e protestos diante da crueldade contra uma moça ciclista que foi atingida por um ônibus. Houve por lá também o trágico caso do rapaz atropelado que teve um dos braços arrancado por um automóvel. Nos bairros há dezenas de casos de atropelamentos de ciclistas.

São acontecimentos traumáticos de um espaço urbano no qual o motor, há muito tempo, tem prioridade, empurrado pelo gigantismo da metrópole e por um modo de vida que coloca o automóvel como representação de status e relevância social.

É preciso mudar isso. É preciso construir um comportamento mais civilizado, uma cidade com mais tolerância com pedestres e ciclistas. É preciso mais cidadania.As ciclofaixas e seus usuários podem provocar essa mudança importante no comportamento dos paulistanos, não só de motoristas, mas também de pedestres e motociclistas, aquela tribo que também vive no limite do perigo sobre rodas.

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Uma ciclovia na Paulista é muito legal. Por baixo, metrô. Na superfície, um sistema viário que contempla passeio organizado para carros, pedestres e ciclistas. A centenária avenida do topo da colina do Caaguaçu está, finalmente, com jeito moderno e integrado para a locomoção de massas.

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Um estudo da CETsobre ciclovias e faixas exclusivas (foto abaixo mostra gráfico que consta do documento), porém, mostra que ainda falta muito para São Paulo atingir o padrão de convivência entre pedais e motores de cidades europeias.

São Paulo está no rumo certo, felizmente. Mas é preciso dobrar, triplicar, a malha de faixas exclusivas para os usuários de bicicletas. E não apenas para os dias de lazer, mas também para que a bicicleta passe a ser opção real de transporte das pessoas nas periferias, nos bairros mais distantes do centro expandido, atualmente mais beneficiado pelo sistema de faixas exclusivas.

 

Em Vancouver, no Canadá, lugar de alto grau de cidadania,o respeito pelos ciclistas vai a tal ponto que os ônibus são adaptados com suportes, colocados na dianteira dos veículos, para que os passageiros ciclistas ali coloquem suas bikes antes do embarque para percursos mais longos. E os motoristas têm a maior paciência com o usuário que precisa do serviço. Ficam lá, parados, esperando que o passageiro acomode a bike e entre para seguir viagem. No metrô, vagões têm espaços destinados às bicicletas.

São Paulo está no rumo certo. Um dia, os acidentes com ciclistas serão realmente "acidentes" - e não mais tragédias previsíveis, que boas práticas de convivência e políticas públicas poderiam evitar.

 

 

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