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Os problemas dos bairros de São Paulo em discussão

Bairro de Perdizes está abandonado

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Por Marcel Naves
Atualização:

 

Bar empilha caixas de cerveja em calçada da Rua Ministro Godoy. Foto: Estadão

Na altura do número 1000 da Rua Ministro Godoy os problemas apontados por moradores se encontram por toda a parte. Nos arredores de um dos Campus da Pontifícia Universidade Católica - PUC é grande a presença de ambulantes ilegais vendendo de gêneros alimentícios a produtos eletroeletrônicos.

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Nas proximidades de bares e restaurantes a situação é ainda mais alarmante. O lixo deixado por frequentadores se espalha pela rua e as calçadas são obstruídas por mesinhas e até pilhas de caixas de cerveja. A falta de conservação dos passeios também representa um grande obstáculo aos pedestres, que acabam obrigados a circularem pela rua.

A falta de policiamento tem sido apontada como um dos grandes problemas e tem motivado o consumo de drogas na região. É comum o relato de moradores que pela manhã são obrigados a recolher restos de cigarros de maconha, seringas e pinos de cocaína.

Os flanelinhas atuam livremente nas ruas e avenidas próximas à PUC. Uma situação constrangedora para quem reside no bairro. A médica psiquiatra Ivete Gattaz mora na Rua João Ramalho há 3 anos e diz que a presença dos guardadores é constante. "Quando você para o seu carro em frente a sua casa e não paga você se sente acuado, pois eles ficam olhando e muitas vezes até lhe a ameaçam."

As festas realizadas por alunos da PUC representam um verdadeiro transtorno. Neste dias a Rua Ministro Godoy costuma ser interditada. Há depoimentos de pessoas que durante estes "eventos" deixam suas casas para dormirem em hotéis diante da impossibilidade de acesso a seus apartamentos.

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Moradores alegaram que toda a situação fez com os imóveis sofressem uma grande desvalorização. O dono de um apartamento na Rua Bartira, que preferiu não se identificar por questões de segurança, confirma. "Eu tenho um apartamento que vale R$700 mil, mas que eu não consigo vender por R$ 550 mil. Eu simplesmente não encontro algo do mesmo padrão com isto", diz.

Abaixo segue íntegra das notas encaminhadas pela Prefeitura, PUC e CET.

NOTA

O Programa de Silêncio Urbano (PSIU), da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, tem atuado constantemente em locais onde ocorrem os pancadões e está estudando, juntos a outros órgãos municipais, a inclusão da região da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) no cronograma de operações.Estão previstas novas operações onde há grande concentração de bares no entorno de universidades de outras regiões de São Paulo para as próximas semanas. Participam das operações conjunta, além de técnicos do PSIU, agentes vistores e equipes das subprefeituras, Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana (GCM) e outros órgãos da Prefeitura.No início de maio, por exemplo, foi realizada operação no entorno da Universidade da Cidade de São Paulo (Unicid) - mais precisamente na Rua Cesário Galero - para combater os abusos cometidos contra a nova lei de zoneamento da capital, em vigência desde março, que determina os horários e níveis de ruído permitidos para cada região. A ação de fiscalização atendeu à solicitação do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Tatuapé e da própria administração da instituição de ensino superior.(http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/noticias/?p=217211).

Zeladoria

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A Subprefeitura Lapa, por sua vez, esclarece que vem dialogando com associações de bairro, lideranças e membros do Conseg Perdizes/Pacaembu sobre as ações desenvolvidas no entorno da PUC, a fim de minimizar os transtornos à população local.As equipes da subprefeitura promovem rotineiramente ações de fiscalização no local, visando coibir a prática irregular de comércio ambulante, instalação de mesas e cadeiras sem termos de permissão de uso (TPUs), além do funcionamento dos estabelecimentos após as 1h. Com relação aos estabelecimentos nas imediações da universidade, a subprefeitura promoveu em no último dia 8 deste mês uma vistoria em bares ao longo da rua Ministro de Godói e constatou que, dos oito bares vistoriados, sete possuem licença de funcionamento; apenas um, que teve seu processo indeferido, não estava em situação regular. Sobre o estabelecimento irregular, situado na rua Ministro Godói, 1010, o mesmo será autuado nos termos da Lei 16.402, que disciplina o parcelamento, o uso e a ocupação do solo no município de São Paulo, de acordo com a Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014 - Plano Diretor Estratégico (PDE). Cabe ressaltar que nesta terça-feira (21), foi promovida uma ação de fiscalização na área. Na ocasião, foram apreendidas 40 caixas de cerveja, cinco mesas e uma placa de um estabelecimento situado na rua Ministro Godói, 1036. As operações terão prosseguimento na região. Sobre as ações de limpeza, a varrição da rua Ministro Godói é feita três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas, e a área recebe coleta de grandes objetos pelo menos uma vez por semana. Ainda nesta terça-feira (21), equipes da subprefeitura promoveram uma nova intervenção de limpeza no local. Vale lembrar que também aos sábados são realizadas as operações Cata-Bagulho. A área foi contemplada com os serviços em 20 de fevereiro e 14 de maio passados, quando onde foram removidas mais de 25 toneladas de materiais em desuso. O local será novamente atendido nos dias 13 de agosto e 05 de novembro.

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Nota sobre festas no entorno da PUC-SP

A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) esclarece que, sabedora dos transtornos causados à vizinhança, a Universidade não patrocina e não incentiva a realização de festas nas imediações de seus campi. Embora ciente de suas limitações, mesmo assim a PUC-SP procurou atuar junto aos órgãos do poder público e da sociedade civil organizada, responsáveis pela segurança da população e pela ordem pública, no intuito de contribuir com a solução dos problemas causados aos moradores pelas festas nos bares e ruas do entorno (eventos que também contam com a presença de pessoas de fora de nossa comunidade acadêmica). Nunca tivemos, porém, uma resposta adequada à importância do problema. Internamente, a atual gestão tomou, desde seu início, uma série de iniciativas. Reiteramos que há um ato proibindo a realização de festas dentro dos nossos espaços. Fixamos horário de abertura e fechamento dos campi, visando impedir a circulação de pessoas fora dos horários de funcionamento das atividades acadêmicas e administrativas. Temos buscado receber e ouvir os vizinhos e dialogar com os estudantes, mostrando os perigos que tais eventos trazem para a segurança, a saúde e o bem estar de todos, estejam eles dentro ou fora da Universidade. Enfatizamos, por fim, que as conversas regulares com representantes do corpo discente, aliadas a campanhas internas de conscientização, tem versado também sobre o uso de substâncias ilícitas, produtos fumígenos e álcool em nossas dependências.

Reitoria

CET

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A Companhia não possui registro de solicitações para bloqueio e ocupação de via na Rua Ministro Godoi, em atendimento à Lei de Eventos que suscite ações da CET. Os eventos que porventura ocorrem conforme alegado são eventos clandestinos, assemelhados com manifestações não autorizadas pela gestora do trânsito em via pública.

Atenciosamente.

Ouça aqui a reportagem

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