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Os problemas dos bairros de São Paulo em discussão

Problemas recorrentes da 25 de Março se intensificam em final de ano

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Por Marcel Naves
Atualização:

Rua 25 de Março com ladeira Porto Geral, e faixa indicando que a via  ficará interditada durante o período de festas Foto: Estadão

A região da Rua 25 de Março está praticamente tomada por moradores em situação de rua. O problema que se mostra presente em toda a cidade traz sérios transtornos à região central, a começar pelo lixo. No caso da 25 de Março, os restos de comida e as pilhas de entulho acabam sempre espalhados pelas calçadas.

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E além da incômoda falta de limpeza, até o atendimento de lojas lotadas é alvo de queixas. Com a grande movimentação nesta época do ano, é comum que muitas lojas acabem falhando. Para a escriturária Regiane Calheiros falta organização. "Isto aqui está uma bagunça, parece que ninguém sabe o que faz, é preciso um pouco mais de ordem", afirma.

O comércio irregular também acontece sem qualquer dificuldade. Um vendedor de Narguilé, que não quis ser identificado, relata como é possível trabalhar mesmo com a fiscalização. "Eles levam a nossa mercadoria, mas depois a gente apresenta uma papelada e pega tudo outra vez", diz o ambulante.

Flanelinhas utilizam caixotes pra reservar vagas em ruas e avenidas da região da 25 de Março Foto: Estadão

Estacionar nas imediações da Rua 25 de março é praticamente impossível. Os flanelinhas tomam conta de tudo e chegam inclusive a reservar vagas com caixotes de madeira mesmo na zona azul. Os estacionamentos por sua vez estão caros e chegam a cobrar 25 reais por hora.

A Polícia Militar informa que atua ostensivamente na região, mas pede a colaboração da população. O major Genivaldo Antônio, responsável pela segurança na área, ressalta que é importante quando as pessoas procuram a polícia. "Se o cidadão se sentir coagido por um flanelinha pode, e deve, chamar um policial", orienta.

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Em nota, a Prefeitura afirmou que realiza os serviços de limpeza na região regularmente. A PMSP informou ainda que a CET irá intensificar a fiscalização na região.

Leia abaixo a íntegra da nota encaminhada pela PMSP.

"A Subprefeitura Sé informa que são realizadas com frequência ações de limpeza no local citado. No primeiro turno, que começa às 6h da manhã, uma equipe formada por 50 agentes ambientais iniciam um mutirão de limpeza na região. Além disso, equipamentos como caminhões, varredeiras, mini-escavadeiras, carros-pipas e cerca de 25m³ de água de reuso são utilizados na operação. As equipes também se dividem em três turnos para realizar nove varrições e duas lavagens por dia na Rua 25 de Março e seu entorno. Nesse trabalho, são recolhidas aproximadamente 30 toneladas de resíduos diariamente.

As ações de fiscalização e combate ao comércio irregular, que incluem abordagem de ambulantes e apreensões de mercadorias sem procedência, são realizadas constantemente na região, por meio da Operação Delegada. Na região central, existem cerca de 470 permissionários com Termo de Permissão de Uso (TPU). A maioria está concentrada nas regiões da 25 de Março, República e Bom Retiro. Em média, são realizadas cerca de 200 apreensões de produtos irregulares, como CDs, DVDs, pen drives e bebidas como água e refrigerante, por dia.

A CET vai intensificar a fiscalização no local com agentes de trânsito para coibir desrespeitos ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e liberação das áreas de estacionamento rotativo (Zona Azul). Com relação a ação dos flanelinhas, favor procurar a Polícia Militar a respeito, pois trata-se de ato criminoso.

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 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) informa que atua, por meio de orientadores do Serviço Especializado de Abordagem Social, em todas as regiões da cidade. Os moradores em situação de rua têm à disposição 80 centros de acolhida e mais de dez mil vagas de acolhimento. Nesses locais eles podem tomar banho, pernoitar, fazer refeições, lavar suas roupas e ter acesso a atendimento socioassistencial. Apenas nesta gestão foram criadas mais de duas mil vagas em diferentes modalidades, incluindo imigrantes e transexuais.

Vale ressaltar que os moradores não são obrigados a aceitar encaminhamento para os centros de acolhida. No entanto, o trabalho dos orientadores é permanente e tem como missão o convencimento para que eles deixem as ruas".

Ouça aqui a reportagem:

 

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