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Os problemas dos bairros de São Paulo em discussão

Comunidade da zona leste cobra atenção da Prefeitura

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Por Marcel Naves
Atualização:

Restos de árvores queimadas após incêndio em barracos. Fotos: Marcel Naves/Tirada com Moto Z Play + Hasselblad True Zoom Foto: Estadão

A Comunidade do Cimento, na lateral da Av. Radial Leste, está localizada a poucos metros da Prefeitura Regional da Mooca. No local a quantidade de barracos erguidos cresce consideravelmente com a invasão diária de novos espaços.

Segundo moradores, cerca de 60 famílias ocupam atualmente o terreno, que não apresenta nenhuma condição sanitária. Lucrécia Domingos dos Santos diz que foi para a favela após ter sido despejada de um quarto onde vivia com mais três filhos menores. "Eu pagava 500 reais num quarto, mas não deu pra continuar, então peguei minhas crianças e vim pra cá", afirma.

Faixas de protesto contra o fim do projeto "Tendas". Fotos Créd.: Marcel Naves/Tirada com moto z play + hasselblad true zoom Foto: Estadão

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Dentre as muitas reclamações está o descaso das autoridades para com a situação. O desempregado Paulo Sérgio, por exemplo, relata que a Prefeitura nunca procurou saber da gravidade da situação. "Eles passam e filmam tudo, mas nunca vieram aqui pra saber como a gente vive. Eles sequer sabem quantas pessoas vivem aqui", diz.

Outra queixa recorrente é para o término do projeto "Tendas", iniciativa que consistia na existência de um espaço com banheiros e até uma cozinha comunitária. O lugar foi desativado em setembro de 2015.  Atualmente a área utilizada pela Guarda Civil Metropolitana.

A prefeitura de São Paulo por intermédio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social atua na região com equipes especializadas. Entre as ações realizadas esta o encaminhamentos dos moradores aos centros de acolhida.

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Segue abaixo a íntegra da nota emitida pela prefeitura:

"A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) informa que atua diariamente por meio das equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) abordando e encaminhando esses moradores da Comunidade do Cimento para os centros de acolhida. A rede socioassistencial conta com 83 equipamentos e cerca de dez mil vagas - cabe ressaltar que a aceitação é facultativa.

Nesses centros de acolhida os moradores em situação de rua podem tomar banho, pernoitar, fazer refeições, lavar roupas e ter acesso a atendimentos sociais.

Além da abordagem, a SMADS também atua constantemente com o cadastro dessas famílias em benefícios sociais.

Centro POP e Núcleo de Convivência

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Em funcionamento desde outubro de 2015, o Centro Pop e o Núcleo de Convivência para Adultos em Situação de Rua, instalados na Rua Cajuru, 362 - Mooca, realizam cerca de 400 atendimentos por dia na região.

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O Núcleo de Convivência disponibiliza aos conviventes atividades lúdicas, oficinas, higienização pessoal por meio de banheiros equipados com chuveiros e alimentação, que vai desde o café da manhã até o lanche da tarde.

No Centro Pop é realizado o atendimento social onde são identificadas as demandas de cada um. Após o atendimento, o convivente (caso deseje - é importante frisar que pessoas, em geral, têm a liberdade de escolha e não são obrigadas a aceitar os encaminhamentos propostos), pode ser encaminhado para outras políticas públicas de acordo com a sua necessidade. O Centro também faz a supervisão dos equipamentos de Proteção Especial na região, como Centros de Acolhida".

Ouça aqui a reportagem.

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